Diálogo

Pescadores querem reverter proibição do bagre

Encontro, com a presença de políticos, buscou expor as reivindicações dos trabalhadores do setor

Jô Folha -

Enfretando dificuldades com a escassez de pescado na região e tentando lidar com as novas proibições, pescadores da Colônia Z3 debateram as reivindicações do setor em plenária aberta na igreja da localidade. O encontro ficou centralizado no planejamento de medidas para tentar reverter o impedimento da pesca do bagre além da garantia da liberação para tainha. Por intermédio de lideranças locais, a Associação de Pescadores busca contestar o laudo técnico da Fundação Zoobotânica para reverter as sanções atuais da atividade.

Segundo o presidente da Associação, a situação está insustentável. Centenas de famílias estão com dificuldades de dar continuidade ao desenvolvimento econômico por meio da pesca e até pensam em abandonar a profissão. "Também queremos a preservação das espécies, mas não as custas da extinção dos pescadores", argumentou. Na visão o líder sindical, a restrição da pesca do bagre deveria ter sido acompanhada do debate com os profissionais da área, além de considerar as experiências vividas atualmente pelos pescadores.

Cotidiano
Atento aos discursos da plenária, o pescador Mario Teixeira, 62, questiona a proibição do bagre com base nas experiências vivenciadas em mais de 40 anos de pesca. Ao sair para Lagoa, observa a presença da espécie com abundância e apresenta argumentos contrários ao impedimento. "Tem muito bagre, a gente percebe que não está risco. Tem bem mais que o ano passado, por exemplo", disse.

O anúncio do decreto restritivo do IBAMA foi surpresa para a maioria dos trabalhadores. Em reunião na semana passada, em São Lourenço do Sul, o decreto teve os apontamentos explicados e gerou a mobilização das associações de cada região. Há mais de 50 anos pescando diariamente, Ailton Oliveira, 60, também defende a abertura de conversas com os pescadores para definições de estratégias para preservação das espécies. " "Não conseguimos entender a medida de uma hora para outra e por isso estamos querendo mais diálogo", comentou

Laudo
Elaborado pela Fundação Zoobotânica do Estado, o laudo que proíbe a pesca do bagre na Lagoa dos Patos pode ser contestado por profissionais de universidades locais. Lideranças políticas, como o vereador Beto da Z3 (PT) e a deputada estadual Miriam Marroni (PT), foram chamados para o debate com o objetivo de intermediar o contato entre o governo e os trabalhadores da pesca. Ao comentar o caso, Miriam comentou a disposição]ao da secretária estadual do Meio Ambiente, Ana Pelini, na revisão da análise técnica sobre a classificação do bagre como espécie em risco.

De acordo com a parlamentar, a Universidade Federal do Rio Grande (Furg) possui condições de estudar a situação e contribuir com a emissão de novo laudo sobre o tema. Independente do resultado, os pescadores apostam na atualização da análise - baseados na observação da Lagoa - para reverter a proibição. Ainda na plenária, os trabalhadores definiram realizar protesto para expor as dificuldades da profissão e devem definir o calendário de mobilizações na próxima reunião dessa forma. A Z-3 e outras colônias da região estão mobilizadas para derrubar esse decreto e sou parceira nessa luta.

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